Quando criança, eu praticamente morava nos ''campinhos'' de futebol próximos.
Não importava se a pelada fosse na rua ou num terreno cheio de lama, a diversão era garantida.
Atribuo a habilidade de nossos craques devido justamente a isso; desde pequeninos enfrentamos de tudo para praticar o esporte amado: driblamos a guia, o muro, o poste, e é claro, o adversário, para concluir a jogada; desviamos da lama, do buraco, das pedras e das adversidades provocadas pelos nossos problemas sociais, em busca de apenas nos divertirmos ''jogando bola''. A insuperável técnica brasileira resulta bastante desses obstáculos; a malícia e habilidade das ruas não se adquire em gramados sintéticos e/ou perfeitos.
Não se passaram nem sequer dez anos da minha amada e feliz infância, e a realidade mudou bastante. Não vê se tantos e tantos craques de rua como antigamente. As escolinhas proliferam em todos os cantos. O futebol é encarado desde cedo como profissão. Esses garotos enfrentam rotinas semelhantes as dos jogadores profissionais prematuramente.
Não sei se isso é correto. Mas eu não acho. Prefiro a brincadeira ''jogar bola'' ao esporte Futebol. Sou mais a infância despreocupada e feliz do que a desilusão que invade a vida de muitos desses garotos; infelizmente apenas uma pequena porcentagem se profissionalizará.
Resumindo: prefiro o futebol muleque e despreocupado, do que toda essa pressão que atinge a garotada desde cedo, que faz com quê o futebol de jovens promissores sucumba devido a cobrança por resultados rápidos.
Engraçado. Pareço um ''tiozão'' falando isso. Mas de quinze anos para cá as coisas mudaram como nunca.
A tecnologia avança. As coisas evoluem e nós seremos cada vez mais nostálgicos. Agora entendo o saudosismo dos mais velhos!